CARLOS BRANDÃO, SEBASTIÃO MADEIRA, LUÍS FERNANDO E NETO EVANGELISTA: LÍDERES QUE PODEM UNIR O PSDB. |
Se tudo correr como esperam alguns segmentos importantes do ninho dos tucanos no Maranhão, o PSDB vai protagonizar uma grande reviravolta: romper a aliança com o governador Flávio Dino (PCdoB) e lançar candidatos ao Governo do Estado e às duas vagas para o Senado e atrair candidatos politicamente expressivos para disputar cadeiras na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. De acordo com fontes ligadas a esses segmentos, o comando nacional do tucanato já teria batido martelo e tomado essa decisão que, se consumada como está se desenhando, representará um golpe devastador nos planos do atual presidente do partido no estado, vice-governador Carlos Brandão, que poderá enfrentar um processo de isolamento se tentar reverter essa tendência. Essas fontes ainda não falam ainda em nomes, mas garantem que a decisão principal, que é romper a relação com o PCdoB no Maranhão, já estaria tomada pela direção nacional.
A possibilidade de saída do PSDB da base do governador Flávio Dino começou a ganhar corpo com a deposição da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, processo no qual as posições do governador maranhense e as do partido entraram em choque direto. No comando da agremiação, o vice-governador Carlos Brandão vem se desdobrando para, primeiro, se manter no comando do partido, e, segundo, para evitar o rompimento, que se acontecer, ele sairá da crise como o maior prejudicado. Brandão mantém-se no comando principalmente pelo argumento de que, sob seu comando e aliado ao governador Flávio Dino, o PSDB maranhense deu um saldo gigantesco nas eleições municipais, saindo das urnas com nada menos que 29 prefeitos – número só inferior aos 46 prefeitos eleitos pelo PCdoB -, vários vice-prefeitos e uma penca de vereadores.
Mesmo aparentemente pacificado e exibindo troféus eleitorais como a Prefeitura de São José de Ribamar, comandada pelo prefeito Luis Fernando Silva, hoje um nome de peso no contexto político estadual, o PSDB do Maranhão é um partido dividido em grupos que medem força. O principal deles é o liderado pelo ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, que vem medindo prestígio com o vice-governador Carlos Brandão junto ao comando nacional do partido. Enquanto Brandão defende a permanência dos tucanos maranhenses como aliados de Flávio Dino, Madeira se esforça para ver o partido livre desse compromisso, seja para protagonizar um caminho independente, entrando na disputa estadual em todos os níveis, seja para entrar numa aliança no centro-direita. Brandão vinha contando com o apoio direto do senador Aécio Neves, mas ele caiu em desgraça depois de ser denunciado por corrupção no caso JBF, situação que enfraqueceu duramente a posição do vice-governador. Madeira, ao contrário, tem prestígio em toda a cúpula partidária – já presidiu, por exemplo, o Instituto Teotônio Vilela, braço ideológico da legenda – e tem posição mais próxima da linha de ação do partido. Atuando como uma espécie de “via alternativa”, Luis Fernando não está em conflito com nenhuma das alas, preferindo se dedicar à gestão do quinto maior município do Maranhão, mas pronto para atuar se o partido o convocar para um desafio sério e viável.
O secretário estadual de Desenvolvimento Social, deputado estadual licenciado Neto Evangelista lidera uma ala mais jovem do PSDB e reforça o elo que mantém o partido na aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino.
É sabido que a cúpula nacional dos tucanos não quer a saída do vice-governador do partido, mas, segundo as fontes da Coluna, se depender disso para afastar o PSDB do PCdoB no Maranhão, de modo que a agremiação ganhe fôlego no confronto com a esquerda, que já se dá no plano nacional e, para muitos, se dará também no Maranhão, sendo apenas uma questão de tempo. Daí ser concreta a possibilidade de o braço maranhense dos tucanos deixar de ser coadjuvante para tornar-se protagonista na guerra eleitoral que se aproxima, lançando candidatos a governador, senador, deputado federal e deputado estadual com chapa pura ou liderando uma aliança.
Se não viabilizar o protagonismo que está sendo ensaiado pelos seus dirigentes nacionais, não será surpresa se o PSDB se torne coadjuvante numa aliança com o PMDB.
Repórter Tempo
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