A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Maranhão apresentou na tarde desta sexta-feira (14), o resultado da segunda etapa da ‘Operação Cayenne’, deflagrada no município de Barreirinhas. Realizada pela Polícia Civil, por meio da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção, a operação contou com o suporte da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC).
A operação investiga suspeitos de envolvimento em um esquema que desviou R$ 34 milhões da Universidade Virtual do Maranhão (Univima), ligada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação. “A nossa meta é recuperar na totalidade tudo o que foi desviado por esse esquema de corrupção, pois é patrimônio público”, frisou o Secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela.
Durante esta segunda fase da operação foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nos imóveis que são de propriedade de Francisco José Silva Ferreira, o “Chico Tricolor”, que já tinha sido preso na primeira fase
daCayenne. As ordens judiciais foram expedidas pela Central deInquéritos de São Luís.
No cumprimento dos mandados, a polícia apreendeu: uma caminhonete de luxo, dois quadrículos, um jetski de última geração, avaliados em aproximadamente R$300 mil. Também foram apreendidos vários documentos e aparelhos eletrônicos, que ainda serão analisados pela polícia.
“O Francisco José Silva Ferreira possui um patrimônio de valores vultuosos que não são compatíveis com o seu trabalho. Há uma estimativa de que R$ 20 milhões dos R$ 34 milhões desviados da Univima foram para as contas dele”, explicou o delegado Ricardo Moura, da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção.
A intenção é que esses bens apreendidos sejam leiloados e que o valor recuperado seja reincorporado ao patrimônio do Estado. “Essa operação visa recuperar o dinheiro desviado da Univima. Os bens serão indicados à Justiça a fim de que sejam leiloados, de maneira que a renda seja revertida aos cofres do estado, seguindo um das diretriz de governo”, pontuou o delegado-geral Augusto Barros.
Operação Cayenne
A primeira etapa da megaoperação ‘Cayenne’ foi desencadeada em 27 de maio deste ano com a prisão de quatro suspeitos de desviar aproximadamente R$ 34 milhões da Universidade Virtual do Maranhão (UNIVIMA). Com os homens detidos, a polícia apreendeu carros de luxo, jóias estimadas em mais de meio milhão de reais, relógios de marca, com unidades que superam R$20 mil, dentre outros objetos e documentos, que apontaram que os envolvidos levavam uma vida de ostentação e luxo, não condizente aos ganhos declarados por eles.
O esquema fraudulento funcionava da seguinte forma: os ordenadores de despesa do órgão realizavam pagamentos normais aos credores do órgão, que tinham contratos em vigor e que apresentaram faturas a serem pagas. Depois da emissão das ordens bancárias e de confirmar o pagamento pelo banco, o responsável pelo setor financeiro cancelava o pagamento no sistema SIAFEM e lançava novo pagamento, dessa vez, para empresas fantasmas, usadas apenas para desviar os recursos públicos. A fraude foi realizada durante três anos, sem que os gestores máximos dos órgãos impedissem a reiteração. A quadrilha operou na Universidade Virtual do Maranhão no período de 2010 a 2012.
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