O senador Roberto Rocha (PSB) está mesmo determinado a se consolidar no espaço identificado como a “terceira via”. A entrevista que concedeu a O Imparcial na edição deste Domingo é esclarecedora nesse sentido. Ele está mesmo rompido com o governador Flávio Dino, trava uma guerra aberta contra o PCdoB, recusando enfaticamente a pecha de traidor. Se mantém no PSB, mas sugere ter um pé no caminho de volta ao PSDB, deixando no ar dúvidas quanto ao seu futuro partidário. Usa argumentos diversos para mostrar que não há incoerência em algumas posições, ao mesmo tempo em que se contradiz em alguns temas. E confirma, sem rodeios, ser candidato ao Governo do Estado. Roberto Rocha usa argumentos fortes para explicar que, mais do que uma decisão pessoal, foi resultado das suas divergências com o PCdoB, que na sua avaliação comete muitas incoerências e não é cobrado por isso. Mas ele próprio também derrapa na entrevista ao ser indagado como avalia candidaturas para senador.
Estranhamente, o entrevistador perguntou-lhe apenas sobre a deputada federal Eliziane Gama (PPS) e Gastão Vieira (PROS). O senador jogou alguns confetes nos dois, mas disse que ainda é cedo para falar do assunto. Parece ter-lhe faltado coerência ao ignorar a pré-candidatura do ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), que além de pertencer ao seu partido, está entre os mais bem cotados na preferência do eleitorado, segundo pesquisas recentes. Independentemente dos prós e alguns contra, e por mais que seus principais adversários de agora se esforcem para ignorá-lo, o senador Roberto Rocha mostra que não será fácil tirá-lo do jogo.
E pelas suas declarações relacionadas às eleições de 2018, é taxativo ao confirmar sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões. Ele defende, por exemplo, o maior número possível de candidatos a governador e demonstra estar determinado a entrar na peleja para valer, até mesmo para embaralhar as cartas e agitar o cenário da disputa. Ou seja, pretende provocar os concorrentes e ocupar espaço num confronto até aqui rascunhado para ser limitado ao governador Flávio Dino e a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) ou o senador João Alberto (PMDB), mas que pode envolver, além dele próprio, outros nomes.
Ribamar Correia
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