Profissionais de segurança
pública no Maranhão estão na mira de integrantes de facções criminosas. Sete
agentes da área já foram alvo da criminalidade na Região Metropolitana de São
Luís. Houve, também, um registro na cidade de Rosário. Entre esses casos,
quatro mortes registradas, e as vítimas foram os agentes penitenciários Viterbo
Nunes da Silva, de 49 anos; Mayron de Jesus Pinto Mendes, de 44 anos; Jorge
Luis Lobo da Cunha, de 38 anos; e a investigadora da Polícia Civil, Iran
Cerqueira Santos, de 51 anos. Somente esta semana, dois policiais militares
foram baleados em confronto com bandidos e um agente penitenciário, identificado
apenas como Adalísio, sofreu um atentado.
O atentado contra Adalísio teria
ocorrido na noite de quinta-feira, 20, na Estrada da Maioba. O seu pedido de
socorro circulou na rede social e em grupos de WhatsApp. Segundo ele, quando
retornava da residência de um filho, em São José de Ribamar, teria sido
abordado pelos criminosos, que estavam em um veículo Hilux, de placas NNF-3195.
Os bandidos teriam efetuado vários tiros em sua direção.
O agente penitenciário declarou ainda
que um dos tiros atingiu a traseira de seu veículo. Ele registrou a ocorrência
no plantão da Polícia Civil do Maiobão, onde forneceu as características do
veículo. Ainda na quinta-freira, a polícia confirmou que a placa da Hilux era
clonada, já que pertence a uma motocicleta Yamaha Factor 125, preta, de Balsas.
Morte na praia
No último dia 9, foi assassinado a tiros o agente penitenciário Jorge Luis Lobo
da Cunha, na Avenida Litorânea. A polícia informou que a vítima estava em
companhia da esposa e um amigo quando foi alvejado pelo ex-presidiário Idael
Melo Roxo, de 29 anos.
O autor dos disparos, que portava
dois revólveres, um deles escondido na cueca, foi preso em flagrante. A polícia
informou que se tratava de um criminoso perigoso e que era acusado, ainda, do
assassinato de outro agente penitenciário, na Cohama, e de fazer parte de uma
facção criminosa que atua na área da Divineia, Calhau e bairros adjacentes.
Ainda este ano, mais dois agentes
penitenciários foram assassinados na Ilha. Um deles foi Mayron de Jesus Pinto
Mendes, que era irmão de um policial militar. Ele foi morto a tiros na porta do
condomínio onde morava, no Residencial Ribeira, área do Maracanã, no dia 12 de
fevereiro deste ano.
Antes, no dia 2 de fevereiro, foi
encontrado morto em sua residência, no Parque dos Rios, em São José de Ribamar,
o agente penitenciário Viterbo Nunes da Silva, de 49 anos. Ele trabalhava no
Núcleo de Escolta e Custódia e tinha 28 anos de profissão. O corpo do agente
estava no chão da cozinha sobre uma poça de sangue, enrijecido, e havia
escoriações nos braços e nas pernas. A polícia conseguiu prender dois suspeitos
desse crime, identificados como Carlos Henrique de Salles Ferreira e Thiago
Dias Silva.
Investigadora
Também no dia 2 de fevereiro, ocorreu o assassinato da investigadora da Polícia
Civil Iran Cerqueira. A policial foi abordada por dois bandidos que estavam em
uma motocicleta Dafra preta, de placa NNE-1571, nas proximidades de sua
residência, no Residencial Vista ao Mar, área do Farol do Araçagi, em Raposa.
Ela estava conversando com uma vizinha, mas, ao perceber a presença de
criminosos no local, pegou a sua arma, que estava em seu veículo, um Renault.
Houve troca de tiros e uma das balas
atingiu o peito esquerdo da investigadora. Um dos bandidos, Leandro Pimenta
Silva, de 24 anos, também foi alvejado. Após o crime, os assaltantes fugiram do
local e a policial foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do
Araçagi, mas chegou sem vida.
Atentado
Até o início da tarde de sexta-feira, 21, permanecia internado na Unidade de
Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital do Servidor, na área da Cidade Operária,
o tenente da Polícia Militar (PM) Gracyelthon Ferreira Madeira de Brito, de 31
anos. O oficial foi baleado ao enfrentar um grupo de assaltantes na noite de
quarta-feira, na Chácara Brasil, no Turu. Ele saía de um estabelecimento
comercial, em companhia da namorada de uma amiga, quando foi abordado pelos
criminosos.
Ele foi baleado nas costelas. Há
informação de que um dos criminosos também foi ferido, mas conseguiu fugir. O
tenente, mesmo baleado, ainda conseguiu enviar mensagens via grupos de WhatsApp
pedindo socorro aos outros militares.
Já na última terça-feira, 18, o
soldado Jorge, da Polícia Militar, foi baleado na perna por criminosos durante
uma incursão no povoado São Simão, zona rural de Rosário. Um dos suspeitos de
ter atingido o militar, de acordo com a polícia, foi o homem conhecido apenas
como Bebeu, que até a tarde de sexta-feira não tinha sido preso.
Pânico
Na manhã do dia 10 de fevereiro, uma capitã do Corpo de Bombeiros Militar viveu
momento de terror dentro de sua casa, no Residencial Monique, área do Turu. De
acordo com a polícia, o suspeito, um adolescente de 14 anos, portando uma arma
de fogo, invadiu a residência da oficial e rendeu todos que estavam no local.
Ele fez um verdadeiro “raspa” no imóvel, roubando objetos de valor,
principalmente joias e uma quantia em dinheiro. O suspeito, não satisfeito,
ainda violentou sexualmente a vítima e fugiu em seguida. A polícia foi acionada
e, ao chegar ao local, encontrou a oficial do Corpo de Bombeiros amarrada.
Armamento
“Os agente penitenciários temporários andam na rua desarmados”, declarou o
presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Ideraldo Luis Gomes.
Segundo ele, esses profissionais têm contato direto com os presidiários e
acabam criando inimigos, mas, segundo a Lei do Desarmamento, não podem andar
armados na rua.
Ideraldo informou que muitos desses
profissionais tentaram obter o seu porte de arma, o que foi negado pela Polícia
Federal. “Esses profissionais já sofreram várias ameaças de mortes e a maioria
feita por internos”, disse Ideraldo Luis.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários afirmou, também,
que a categoria luta para que ocorra um concurso para o cargo. “O concursado
tem todos os diretos por lei. Recentemente, ocorreu o assassinato do agente
Lobo e a sua viúva não tem o direito de receber a pensão”, explicou Ideraldo
Luis.
O Estado do Maranhão
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