AGENTES DA SEGURANÇA PÚBLICA NA MIRA DE CRIMINOSOS NO MARANHÃO - Randyson Laercio

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segunda-feira, 24 de julho de 2017

AGENTES DA SEGURANÇA PÚBLICA NA MIRA DE CRIMINOSOS NO MARANHÃO

Profissionais de segurança pública no Maranhão estão na mira de integrantes de facções criminosas. Sete agentes da área já foram alvo da criminalidade na Região Metropolitana de São Luís. Houve, também, um registro na cidade de Rosário. Entre esses casos, quatro mortes registradas, e as vítimas foram os agentes penitenciários Viterbo Nunes da Silva, de 49 anos; Mayron de Jesus Pinto Mendes, de 44 anos; Jorge Luis Lobo da Cunha, de 38 anos; e a investigadora da Polícia Civil, Iran Cerqueira Santos, de 51 anos. Somente esta semana, dois policiais militares foram baleados em confronto com bandidos e um agente penitenciário, identificado apenas como Adalísio, sofreu um atentado.
O atentado contra Adalísio teria ocorrido na noite de quinta-feira, 20, na Estrada da Maioba. O seu pedido de socorro circulou na rede social e em grupos de WhatsApp. Segundo ele, quando retornava da residência de um filho, em São José de Ribamar, teria sido abordado pelos criminosos, que estavam em um veículo Hilux, de placas NNF-3195. Os bandidos teriam efetuado vários tiros em sua direção.
O agente penitenciário declarou ainda que um dos tiros atingiu a traseira de seu veículo. Ele registrou a ocorrência no plantão da Polícia Civil do Maiobão, onde forneceu as características do veículo. Ainda na quinta-freira, a polícia confirmou que a placa da Hilux era clonada, já que pertence a uma motocicleta Yamaha Factor 125, preta, de Balsas.
Morte na praia
No último dia 9, foi assassinado a tiros o agente penitenciário Jorge Luis Lobo da Cunha, na Avenida Litorânea. A polícia informou que a vítima estava em companhia da esposa e um amigo quando foi alvejado pelo ex-presidiário Idael Melo Roxo, de 29 anos.

O autor dos disparos, que portava dois revólveres, um deles escondido na cueca, foi preso em flagrante. A polícia informou que se tratava de um criminoso perigoso e que era acusado, ainda, do assassinato de outro agente penitenciário, na Cohama, e de fazer parte de uma facção criminosa que atua na área da Divineia, Calhau e bairros adjacentes.
Ainda este ano, mais dois agentes penitenciários foram assassinados na Ilha. Um deles foi Mayron de Jesus Pinto Mendes, que era irmão de um policial militar. Ele foi morto a tiros na porta do condomínio onde morava, no Residencial Ribeira, área do Maracanã, no dia 12 de fevereiro deste ano.
Antes, no dia 2 de fevereiro, foi encontrado morto em sua residência, no Parque dos Rios, em São José de Ribamar, o agente penitenciário Viterbo Nunes da Silva, de 49 anos. Ele trabalhava no Núcleo de Escolta e Custódia e tinha 28 anos de profissão. O corpo do agente estava no chão da cozinha sobre uma poça de sangue, enrijecido, e havia escoriações nos braços e nas pernas. A polícia conseguiu prender dois suspeitos desse crime, identificados como Carlos Henrique de Salles Ferreira e Thiago Dias Silva.
Investigadora
Também no dia 2 de fevereiro, ocorreu o assassinato da investigadora da Polícia Civil Iran Cerqueira. A policial foi abordada por dois bandidos que estavam em uma motocicleta Dafra preta, de placa NNE-1571, nas proximidades de sua residência, no Residencial Vista ao Mar, área do Farol do Araçagi, em Raposa. Ela estava conversando com uma vizinha, mas, ao perceber a presença de criminosos no local, pegou a sua arma, que estava em seu veículo, um Renault.

Houve troca de tiros e uma das balas atingiu o peito esquerdo da investigadora. Um dos bandidos, Leandro Pimenta Silva, de 24 anos, também foi alvejado. Após o crime, os assaltantes fugiram do local e a policial foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araçagi, mas chegou sem vida.
Atentado
Até o início da tarde de sexta-feira, 21, permanecia internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital do Servidor, na área da Cidade Operária, o tenente da Polícia Militar (PM) Gracyelthon Ferreira Madeira de Brito, de 31 anos. O oficial foi baleado ao enfrentar um grupo de assaltantes na noite de quarta-feira, na Chácara Brasil, no Turu. Ele saía de um estabelecimento comercial, em companhia da namorada de uma amiga, quando foi abordado pelos criminosos.

Ele foi baleado nas costelas. Há informação de que um dos criminosos também foi ferido, mas conseguiu fugir. O tenente, mesmo baleado, ainda conseguiu enviar mensagens via grupos de WhatsApp pedindo socorro aos outros militares.
Já na última terça-feira, 18, o soldado Jorge, da Polícia Militar, foi baleado na perna por criminosos durante uma incursão no povoado São Simão, zona rural de Rosário. Um dos suspeitos de ter atingido o militar, de acordo com a polícia, foi o homem conhecido apenas como Bebeu, que até a tarde de sexta-feira não tinha sido preso.
Pânico
Na manhã do dia 10 de fevereiro, uma capitã do Corpo de Bombeiros Militar viveu momento de terror dentro de sua casa, no Residencial Monique, área do Turu. De acordo com a polícia, o suspeito, um adolescente de 14 anos, portando uma arma de fogo, invadiu a residência da oficial e rendeu todos que estavam no local.


Ele fez um verdadeiro “raspa” no imóvel, roubando objetos de valor, principalmente joias e uma quantia em dinheiro. O suspeito, não satisfeito, ainda violentou sexualmente a vítima e fugiu em seguida. A polícia foi acionada e, ao chegar ao local, encontrou a oficial do Corpo de Bombeiros amarrada.

Armamento
“Os agente penitenciários temporários andam na rua desarmados”, declarou o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Ideraldo Luis Gomes. Segundo ele, esses profissionais têm contato direto com os presidiários e acabam criando inimigos, mas, segundo a Lei do Desarmamento, não podem andar armados na rua.

Ideraldo informou que muitos desses profissionais tentaram obter o seu porte de arma, o que foi negado pela Polícia Federal. “Esses profissionais já sofreram várias ameaças de mortes e a maioria feita por internos”, disse Ideraldo Luis.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários afirmou, também, que a categoria luta para que ocorra um concurso para o cargo. “O concursado tem todos os diretos por lei. Recentemente, ocorreu o assassinato do agente Lobo e a sua viúva não tem o direito de receber a pensão”, explicou Ideraldo Luis.

O Estado do Maranhão

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