O Poder Judiciário e a Secretaria Estadual
de Administração Penitenciária (SEAP) ampliarão a realização de audiências de
réus presos a distância, através de vídeoconferência, por meio de sistemas
implantados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e no Fórum Desembargador
Sarney Costa (Calhau). A medida foi debatida durante visita do corregedor-geral
da Justiça, desembargador Marcelo Carvalho, ao Complexo Penitenciário de
Pedrinhas, na manhã desta sexta-feira (23), com o secretário de Administração
Penitenciária, Murilo Andrade de Oliveira. Também participaram da reunião os
juízes Márcio Brandão (1ª Vara de Execuções Penais), Raimundo Bogéa e Gladiston
Cutrim (auxiliares da Corregedoria Geral da Justiça); o defensor público Bruno
Dixon; além de secretários adjuntos e servidores da área de Segurança.
As salas de
videoconferência foram implantadas em novembro de 2016, e permitem a
interligação via internet entre os dois locais, evitando a necessidade de
deslocamento dos presos ao Fórum de São Luís para serem ouvidos pelos juízes.
Para o
corregedor-geral da Justiça, desembargador Marcelo Carvalho Silva, a ampliação
das audiências a distância vai trazer vantagens tanto ao Poder Judiciário
quanto ao Executivo, pois vai reduzir os gastos públicos com o deslocamento
diário de presos ao Fórum de São Luís, além de aumentar a segurança de todos os
envolvidos no processo. “Somente no ano passado o Poder Público gastou mais de
R$ 4 milhões com o transporte de presos, recursos que podem ser aplicados em
melhorias no sistema de execução penal do Estado”, observou.
Ele
informou ainda que a medida tem o apoio do presidente do Tribunal de Justiça do
Maranhão (TJMA), desembargador Joaquim Figueiredo, devendo o sistema ser
ampliado para as comarcas sedes de polos judiciais do Estado.
O
secretário Murilo Andrade afirmou que as audiências a distância também atendem
a interesse do Poder Executivo, informando que o Governo do Estado vai investir
no sistema para os demais municípios onde existem unidades prisionais.
As
autoridades visualizaram uma simulação da audiência por videoconferência, com a
participação do diretor do Fórum de São Luís, juiz Edilson Caridade. “Esta
iniciativa vai representar um salto no trabalho dos juízes e na segurança dos
apenados, com ganhos para a Justiça e para o Estado”, avaliou.
CENTRAL DE CUSTÓDIA –
Durante o encontro, o secretário Murilo Andrade propôs a criação da Central de
Custódia no Fórum de São Luís, que funcionaria sob gestão da SEAP, recebendo os
presos em flagrante diariamente na comarca da Ilha, das 6h às 22h, para
participarem da audiência de custódia com o juiz responsável. A Central não
receberia presos de alta periculosidade ou outros casos especiais.
O
secretário estadual ressaltou que essa medida também reduziria os custos com
deslocamentos de presos. Atualmente, os presos em flagrante são primeiramente
encaminhados ao Complexo Penitenciário para triagem; depois levados ao Fórum de
São Luís para participarem da audiência de custódia; e novamente levados ao
sistema penitenciário, conforme o caso. “Além disso, esse processo evitaria uma
perda social que é permitir que pessoas presas por pequenos delitos sejam
colocadas em contato com presos de maior periculosidade”, observou.
Na Central
de Inquéritos do Fórum de São Luís, o preso em flagrante é ouvido por um juiz,
na presença do Ministério Público, Defensoria Pública ou o advogado do preso. O
objetivo da audiência de custódia é analisar se a prisão em flagrante foi legal
ou não; se há necessidade de manutenção da prisão ou possibilidade de concessão
de liberdade provisória com a imposição de medidas cautelares diversas da
prisão.
O
corregedor-geral reconheceu a pertinência da proposta, informando que a levará
ao diretor do Fórum e determinará os estudos e medidas necessários para
viabilização da Central. “Além da redução de custos, a iniciativa pode aumentar
o número de presos submetidos à audiência de custódia, que é um direito”,
frisou.
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