Trinta e seis municípios maranhenses serão contemplados no segundo roteiro da Carreta ‘Ponto Final na Hanseníase’, que teve início em abril e vai até a primeira quinzena de julho. O atendimento móvel aos municípios é uma solicitação da Secretaria de Estado da Saúde (SES) ao Ministério da Saúde (MS), que possui convênio com o laboratório Novartis, fornecedor do medicamento para o tratamento da doença. No primeiro roteiro, feito entre fevereiro e abril deste ano, foram realizados 4.160 atendimentos em 26 municípios, sendo diagnosticados 110 novos casos da doença e 68 suspeitas, que serão submetidas a confirmação.
O secretário adjunto da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde da SES, Marcelo Rosa, comentou que a política de combate à hanseníase é importante porque leva o atendimento especializado às comunidades mais distantes e que, muitas vezes, não sabem onde buscar o tratamento. A carreta possui cinco consultórios e um laboratório para diagnóstico, além de fazer distribuição gratuita dos medicamentos após a confirmação de casos da doença.
“Além de diagnosticar e tratar os casos de hanseníase, os atendimentos estão agregando outras ações, como a orientação sobre tempo de tratamento da doença e a descoberta de casos de HIV/Aids e Sífilis”, comentou Marcelo Rosa.
Nesta segunda etapa, a carreta já realizou 1.851 atendimentos, descobriu 41 casos de hanseníase e encaminhou 88 suspeitas para confirmação posterior. Os números retratam o trabalho da carreta nos municípios de Paraibano, Lagoa do Mato, Fortuna, São José dos Basílios, Tuntum, Dom Pedro, Governador Archer, Santo Antônio dos Lopes, Capinzal do Norte, Pedreiras, Trizidela do Vale, Lago da Pedra, Esperantinópolis, Lima Campos, Timbiras, Coroatá, Caxias e Afonso Cunha. A carreta também esteve em São João do Sóter, Matões e Parnarama.
Enfermeira de Trizidela do Vale, Lieca Silva aprovou a iniciativa. “Apesar de sempre estarmos fazendo busca ativa de sintomáticos respiratórios, os atendimentos feitos pela carreta possibilitaram a descoberta de casos de hanseníase que ainda não tinham sido diagnosticados”, afirmou.
Cronograma
Neste mês de junho, a carreta atenderá os municípios de Timon (dias 1º e 2), Paulo Ramos (dia 6), Lago Verde (dia 7), Cajari (dia 9), São Vicente de Férrer (dia 14), São Bento (dia 15), Palmeirândia (dia 16), Pinheiro (dia 27 e 28), Serrano do Maranhão (dia 29). Em julho, a carreta atenderá em Presidente Sarney (dia 1º), Peri Mirim (dia 4), Guimarães (dia 5), Bequimão (dia 6), Alcântara (dias 7 e 8) e São Luís (dias 11 a 15).
Para a coordenadora estadual do Programa de Combate a Hanseníase da SES, Raimunda Mendonça, essas ações devem estar inseridas constantemente na rotina de combate à doença. “O apelo visual da carreta é muito interessante. Sabemos que ainda existe a cultura do atendimento direto com um especialista, porém, com esse serviço, conseguimos mostrar a força e a importância das equipes locais e a capacidade em fazer o diagnóstico. Assim, podemos aumentar o número de pessoas em tratamento e interromper o ciclo de contaminação”, explicou.
Sobre a Hanseníase
A hanseníase ataca principalmente a pele e os nervos, podendo afetar os braços, as pernas, as mãos e os pés. Se não for tratada, pode causar incapacidades ou deformidades nas mãos, pés, nariz, orelhas ou nos olhos. A doença pode atingir homens e mulheres, adultos e crianças. É transmitida de uma pessoa para outra por meio do contato próximo e prolongado. Pessoas com hanseníase param de transmitir a doença imediatamente depois que iniciam o tratamento. No caso de suspeita da doença, o paciente deve procurar uma unidade de saúde mais próxima. O tratamento é gratuito e está disponível em todas as unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
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