MINISTRO GILMAR MENDDES |
O Maranhão é um dos
estados que está na lista dos pedidos de investigação em relação à influência
de facções criminosas na política. A afirmação é do presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, feita ao jornal O Globo na
edição do último fim de semana.
Segundo a reportagem de O Globo, o
TSE acionou órgãos de investigação e inteligência do governo federal para
coibir a iniciativa dos criminosos.
A preocupação é com as eleições em
todo país, mas no primeiro semestre a Justiça Eleitoral encaminhou para a
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e para a Polícia Federal um relatório
com base na disputa de 2016 no Rio em que aponta a influência de facções
criminosas e milícias em 19 zonas eleitorais de sete cidades, incluindo a
capital. O crime, porém, já esticou seus tentáculos em outros estados como São
Paulo, Amazonas e Maranhão.
No Maranhão, a preocupação é com o
financiamento de campanhas feitas por agiotas, cuja origem do dinheiro seria da
facção Primeiro Comanda da Capital (PCC). “No Maranhão, nós acompanhamos a
situação de agiotas financiando as eleições, com dinheiro que viria do PCC.
Tudo isso é preocupante e não podemos querer que o quadro da política no
Brasil, que já não é exemplar, se torne ainda pior”, afirmou o presidente do
TSE.
Sobre
a presença de agiotas para financiar campanhas eleitorais, um dos exemplos no estado
é a quadrilha comandada por Gláucio Alencar, um dos acusados da morte do
jornalista Décio Sá. Segundo a polícia, Gláucio emprestava dinheiro a
candidatos, que após eleitos, pagavam o débito com contratos fraudulentos.
A polícia chegou a prender outros empresários acusados de agiotagem. Entre eles
está Josival Cavalcante Silva, o Pacovan. Preso já sete vezes por crime de
lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, o agiota é acusado de ter R$ 200
milhões em bens oriundos de lavagem de dinheiro público.
Preocupação
Ainda segundo a reportagem de O
Globo, o temor da Justiça Eleitoral é que a restrição do financiamento
eleitoral ao fundo público aprovado pelo Congresso e a doações de pessoas
físicas criem condições adicionais para que o crime organizado financie candidaturas
ou para que seus integrantes disputem cargos diretamente.
Na avaliação do TSE, o crime pode se tornar o provedor de caixa dois das
candidaturas. Parte dessa crença vem das auditorias sobre as doações da eleição
municipal. Das 730 mil doações, 300 mil apresentaram problemas junto à Receita
Federal porque os doadores não tinham renda compatível para doações.
O Estado do Maranhão
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