DENÚNCIA E NOVOS FATOS INDICAM QUE A DISPUTA PELAS DUAS VAGAS DE SENADOR SE DARÁ NUMA GUERRA SEM QUARTEL - Randyson Laercio

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sexta-feira, 7 de abril de 2017

DENÚNCIA E NOVOS FATOS INDICAM QUE A DISPUTA PELAS DUAS VAGAS DE SENADOR SE DARÁ NUMA GUERRA SEM QUARTEL

A pancada judicial no deputado federal Weverton Rocha (PDT), que foi transformado em réu no caso já envelhecido da reforma do Ginásio Costa Rodrigues, e a informação, a ser ainda confirmada, dando conta de que o deputado federal Waldir Maranhão estaria migrando do PP para o PTB com o objetivo de disputar a senatória mexeram com o cenário da corrida ao Senado no campo político comandado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que parecia evoluir para um desfecho nada surpreendente, tendo também o deputado federal José Reinaldo (PSB) na corrida. Na banda adversária, há rumores de que o deputado federal Sarney Filho (PV) já teria acertado os ponteiros dentro da família e na cúpula do Grupo Sarney, batendo martelo como candidato a senador, independentemente de a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) venha a ser candidata ao Palácio dos Leões, como que avisando que um projeto nada tem a ver com o outro e que ele topa fazer o teste com dois Sarney candidatos majoritários na mesma chapa. Nessa campo, depois de o empresário e suplente de senador Lobão Filho (PMDB) ter anunciado que pretende ser candidato a senador, o mesmo sinalizado pelo empresário Clóvis Fecury (PMDB), o senador João Alberto (PMDB), que vinha se mantendo indiferente, começou a se movimentar como pré-candidato.
A situação do pedetista Weverton Rocha é mais delicada no contexto dessa disputa. Tanto é verdade que ele tem se esforçado muito para minimizar o fato de ter sido denunciado e virado réu no Supremo Tribunal Federal, mantendo sua agenda cheia e intensificando contatos para consolidar o projeto. Nos bastidores correm rumores diversos, entre eles o que ele sentiu pesar-lhe sobre os ombros a denúncia do Ministério Público Federal, acatada pelo Supremo. Por mais abalado que tenha ficado, Weverton Rocha é um político arrojado, que calcula bem os seus passos e tem sabido conduzir tal situação sem dar a ela a dimensão de uma tragédia, como querem seus adversários e até mesmo alguns “aliados”. Nesse contexto, a candidatura de Waldir Maranhão aparece como uma espécie de fantasma na numa seara onde cabiam apenas a de Weverton Rocha e a do deputado federal José Reinaldo (PSB), depois da desistência do deputado Humberto Coutinho (PDT).  Conclusão óbvia: um a nuvem de incerteza resolveu sobrevoar esse campo de disputa senatorial.
Na seara oposicionista, tudo caminha para a consolidação da candidatura do deputado federal Sarney Filho, atual ministro do Meio Ambiente ao Senado, independentemente de a ex-governadora Roseana Sarney resolver encarar a disputa pelo Palácio dos Leões. Sarney Filho disse na semana passada e tem repetido a interlocutores que o seu projeto senatorial nada tem a ver com a eventual candidatura de Roseana Sarney ao Governo. Ele argumenta que não vê mais sentido permanecer na Câmara Federal depois de nove mandatos (36 anos) consecutivos, o que lhe deu experiência e estatura política para dar o passo além, já que o projeto de chegar ao Governo do Estado foi atropelado, primeiro pelo então governador Epitácio Cafeteira, e depois pelo próprio grupo.
A segunda vaga na chapa do Grupo Sarney tinha até semana passada dois aspirantes, os suplentes pemedebistas Lobão Filho e Clóvis Fecury, que até agora se manifestaram timidamente, tudo indica que motivados pelo silêncio do senador Edison Lobão (PMDB), que em guerra contra a acusação de envolvimento em esquemas de desvio investigados pela Operação Lava Jato, até agora não emitiu qualquer sinal de que pretenda concorrer a mais um mandato. Só que de uns dias para cá o senador João Alberto começou a incrementar suas atividades, contratando inclusive uma assessoria de imprensa, ao que parece com a orientação de colocá-lo no epicentro das decisões políticas do grupo e, naturalmente, avisando nas entrelinhas que a decisão de se aposentar, anunciada depois das eleições de 2014 em solidariedade a José Sarney (PMDB), está sendo arquivada. Em plena forma física aos 82 anos, o senador sinaliza estar decidido a brigar pela segunda vaga de candidato na chapa oposicionista, decidido que parece estar a renovar o mandato.
A julgar pelos fatos recentes, são óbvios os sinais de que a disputa pelo Palácio dos Leões será animada, mas as evidências maiores são as de que a corrida às duas vagas no Senado da República será decidida numa guerra sem quartel.
Por Ribamar Correia

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