RISCO DO FIM DA REELEIÇÃO FAZ FLÁVIO DINO TRABALHAR COM DOIS CENÁRIOS SOBRE SEU FUTURO POLÍTICO EM 2018 - Randyson Laercio

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terça-feira, 22 de novembro de 2016

RISCO DO FIM DA REELEIÇÃO FAZ FLÁVIO DINO TRABALHAR COM DOIS CENÁRIOS SOBRE SEU FUTURO POLÍTICO EM 2018

Os adversários estão fazendo de tudo para tornar mais densa a nuvem de expectativa que se encontra estacionada sobre o Palácio dos Leões, enquanto aliados se desdobram para dissipá-la e mostrar que tudo não passa de um jogo que vai dar em nada. O fato, porém – incontestável, diga-se – é que a possibilidade de o Congresso Nacional aprovar a PEC 113/16, que prevê mais um arremedo de reforma política, está colocando um forte sinal de interrogação sobre o futuro do governador Flávio Dino (PCdoB). Entre os seus artigos, a proposta prevê o fim da reeleição para prefeito, governador e presidente da República no Brasil, incluindo as exceções previstas no outro arremedo de reforma aprovado no primeiro semestre, para vigorar nas eleições municipais. Se aprovado o tal artigo, o governador não poderá se candidatar à reeleição em 2018. A tentativa de guilhotinar esse direito dos governadores que no momento exercem o primeiro mandato está agitando os bastidores da política em Brasília, com fortes reflexos no cenário da política maranhense.
Entre os mandatários estaduais enquadrados nessa situação, Flávio Dino é, certamente, um dos mais afetados. Não porque corra algum risco de não se eleger senador, por exemplo, mas porque o movimento das peças no tabuleiro político-partidário que administra exigirá fórmulas complexas para evitar fissuras, rachaduras e até mesmo rompimentos na sua base de sustentação. Não se duvida da habilidade do governador para fazer a reengenharia necessária para manter o grupo que lidera, mas também não é possível ignorar que dentro desse grupo e fora dele existem segmentos que podem agir para criar problemas.
Na edição de uma semana atrás, a Coluna especulou, com base em avaliações cuidadosas, que o governador Flávio Dino estaria avaliando se candidatar à reeleição ou ao Senado. Se decidisse tentar renovar o mandato, reforçaria o seu projeto de Governo, dando continuidade às obras e programas, para dar novo passo somente em 2022; mas se tomasse a decisão radical de se lançar ao Senado e eleger o sucessor, teria chance de, se eleito, desembarcar na Câmara Alta em 2019 para se tornar, se não a mais importante, com certeza uma das vozes mais importantes da esquerda no País. Porta-vozes do Palácio dos Leões, a começar pelo mais autorizado, o secretário Márcio Jerry (Comunicação e Articulação Política), se apressaram em afirmar que o governador será candidato à reeleição. A informação foi reforçada dias depois pela voz da presidente nacional do PCdoB, deputada federal Luciana Santos (ES), que em entrevista ao bem informado Blog do jornalista Clodoaldo Corrêa, afirmou que Flávio Dino será candidato à reeleição, mas deixando claro que o partido gostaria de tê-lo como líder do mais ousado dos projetos políticos:  candidato a presidente da República
Nesse contexto, se o Congresso Nacional aprovar o fim total da reeleição para executivos que cumprem o primeiro mandato nas entranhas da PEC 113/16, o governador só tem um caminho: disputar uma cadeira no Senado ou na Câmara Federal. Óbvio que, com as credenciais políticas que dispõe, ninguém duvida de que seu caminho será a Câmara Alta. No caso, o maior problema será a escolha do candidato à sua sucessão, pois à primeira vista entre os seus aliados só existem até aqui dois nomes que poderiam ser viabilizados viáveis: o senador Roberto Rocha (PSB), que não seria sua escolha em situação normal, e, num a hipótese mais remota, o prefeito eleito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB). Isso porque, se Flávio Dino não for candidato à reeleição, é quase certo que a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) tentará voltar Palácio dos Leões, sendo, nessas circunstâncias, uma candidata com muito peso e como aval do Palácio do Planalto. Tanto que os aliados dela estão fazendo carga para que a reeleição para cargos executivos seja definitivamente banida da vida política brasileira, pois avaliam que sem Flávio Dino como adversário, a ex-governadora seria favorita na disputa.
Inteiramente inserido no contexto político nacional, com canais que o permitem transitar nas mais diversas searas partidárias, o governador do Maranhão trabalha com os dois cenários: o da reeleição, que será o caminho mais tranquilo, por lhe dá a chance de manter o Governo e fazer um ou dois senadores; e o que considera a possibilidade de sua mudança para Brasília em 2019 turbinado por um mandato senatorial e com a chance de se tornar o principal porta-voz das esquerdas democráticas no Planalto Central.
Ribamar Correia

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