A operação que delegados e agentes da Polícia Federal realizaram em Bacabal na quinta-feira (26) expôs à pressão do interrogatório, pessoas que participaram ativamente do governo do ex-prefeito Raimundo Lisboa.
É do conhecimento de todos os que acompanham a história da cidade de Bacabal que Raimundo Lisboa foi um dos piores prefeitos que a cidade já teve. Notadamente se destacou nos comentários como um dos que pior administrou os recursos públicos, isto se olharmos do ponto de vista do povo, que espera ver os recursos serem aplicados em benefício da comunidade na forma de obras sociais, educação, saúde e saneamento básico.
A investigação da Polícia Federal em conjunto com a Controladoria Geral da União – CGU, demonstra que os recursos que faltaram para as realizações lícitas, foram desviados para fins que ainda não foram esclarecidos. Claro mesmo está o destino do dinheiro : as contas bancárias de vários agiotas. A investigação apurou que pelo menos 7 milhões e 500 mil reais foram desviados de Bacabal.
A cidade de Bacabal não figura sozinha no universo daquelas que estão sendo investigadas. Segundo levantamento do jornal O Imparcial, há 700 inquéritos em curso na Superintendência da Polícia Federal, envolvendo desvio de recursos públicos no Maranhão.
Os meios para o fim ilícito são os mesmos em todos os lugares: licitações fictícias, despesas com empresas fantasmas e o dinheiro desviado beneficiando os gestores e os agiotas.
Um pequeno grupo ou tem muita gente envolvida?
Em Bacabal, o ex-prefeito Lisboa dispunha de um pequeno staff. São pessoas consideradas leais, que participavam do governo e às quais muito era oferecido mas também muito era exigido. Uma dessas pessoas é a empresária Carmem Xavier, proprietária de uma malharia na cidade e que foi guindada ao posto de secretária de Cultura. Daí, se tornou a mulher de confiança do prefeito Lisboa. Na quinta-feira, abriu as portas ao toque dos policiais federais.
Em São Luis, Lilio Guega - ex-secretário de Saúde de Bacabal - também acordou mais cedo do que de costume para cumprir o compromisso de dizer somente a verdade, nada mais do que a verdade, para o delegado da PF. Na mesma manhã, o bancário Gilberto Silva, do Banco do Brasil, que foi tesoureiro da Prefeitura na última gestão de Raimundo Lisboa, acordou sob o troar das trombetas da PF em sua porta. Com os olhos ainda remelados, ouviu as perguntas e falou também. De todos os envolvidos, Gilberto é o único que faz parte do staff do atual prefeito José Alberto Veloso.
São pessoas que há pouco tempo estavam autoridades e hoje são elementos de um inquérito que está sendo rigorosamente apurado e que pode levar muita gente para trás das grades. Há nesse tipo de empreendimento todo tipo de atuação: aqueles que mandam, os que gerenciam, e aqueles que apenas executam, algumas vezes sem saber, apenas pela obrigação de cumprirem ordens superiores.
E Raimundo Lisboa, não tem culpa no cartório?
O grande questionamento é, como um esquema que foi praticado no período de 2009 a 2011 poderia ter existido sem o conhecimento do prefeito municipal. Por isso a indagação geral é porque o ex-prefeito Lisboa não foi ouvido pelos homens da Polícia Federal. O Blog apurou com fontes da PF que o depoimento do ex-prefeito deve ocorrer na próxima semana.
O problema para Lisboa não é somente esse. Há um clima de revolta entre as pessoas que foram incomodadas em suas casas e cujos nomes foram expostos ao comentário popular. Isto porque a maioria há meses não recebia sequer um telefonem de Raimundo Lisboa. Enquanto este descansava do mandato, fazendo pequenas excursões pelo sul do País. Essas pessoas tinham seus nomes e seus dados devassados. Foram úteis para uma estrutura de poder e depois foram esquecidos. Este é o sentimento.
Daí resulta o medo de Raimundo Lisboa. Dominado pelo pavor, ele convocou a todos para uma reunião neste domingo (29) em sua mansão na Magalhães de Almeida. Ao chegarem, os convidados devem encontrar a imprensa na porta em busca de alguma declaração. Será um café da manhã amargo.
Lisboa, tido como estrategista, deverá pagar um advogado para todos. Não por solidariedade, não por gratidão, nem por preocupação com o futuro incerto de todos os envolvidos. A ideia principal do plano é assegurar que o nome dele seja o menos arranhado na história. O menos falado e o menos responsabilizado.
(Informações do Blog do Louremar).
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